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Entrevista Jornal A TARDE

Com o isolamento social e as demais medidas restritivas tomadas na pandemia, o mercado brasileiro viu na tecnologia um meio de remediar a situação o suficiente para se manter funcionando. E um dos setores que entraram com certa vantagem nesse cenário foi o imobiliário, que já vinha há alguns anos fazendo bom uso da tecnologia para inovar em seus serviços. De visitas remotas a assinaturas digitais, até seus clientes já estavam acostumados ao meio online. Ainda assim, a pandemia tem sido um desafio, e foi preciso correr atrás de inovação, intensificando o uso dessas ferramentas.

“Essas tecnologias foram absolutamente fundamentais para que o setor não sofresse ainda mais”, afirma Noel Silva, corretor e diretor do Conselho Regional de Corretores de Imóveis na Bahia (Creci). Ele cita como importantes exemplos as fotos em 360°, que permitem que o cliente veja o imóvel do chão ao teto, as assinaturas digitais de contrato – que teve um aumento de “demanda gritante”, de acordo com ele – e até mesmo a aproximação que os cartórios e tabelionatos tiveram com a tecnologia.

“É evidente que ainda há a necessidade de visitar presencialmente em alguns casos, mas o futuro será oferecer um serviço híbrido, que une o meio digital e o presencial. Com o final da pandemia, tenho muita convicção de que a maior parte dessas tecnologias vai continuar sendo usada”, ressalta Noel Silva.

Nova perspectiva

O corretor especialista em imóveis de alto padrão Anderson Plácido da Silva é CEO da Plácidos Imóveis e conta que, mesmo antes da pandemia, a empresa já buscava caminhos de comunicação que chegassem mais rápido aos seus clientes, sejam eles vendedores ou compradores. O primeiro passo foi investir em um site mais moderno e que fornecesse todas as informações de forma fácil aos visitantes. Já o passo seguinte foi investir no uso de drones para filmar os imóveis, trazendo uma visão interativa e mais completa.

“Os clientes têm sido muito receptivos e até se surpreendem como a visão de uma casa pode mudar com o uso de um drone. Nestes tempos de pandemia e distanciamento social, além das medidas de segurança indicadas, nós temos usado a tecnologia para compartilhar o máximo de informação sobre um imóvel não somente através do site, mas também pelo WhatsApp, YouTube e até por e-mail. O uso de vídeos e até o tour virtual em 360° tem nos ajudado a mostrar cada vez mais imóveis sem necessariamente precisar de várias visitas presenciais”, conta.

Ederson Galeno é corretor, avaliador de imóveis, administrador da Itaigara Imóveis e ressalta: os clientes estão sempre mais à frente no processo de evolução tecnológica, e essa troca de feedbacks e a rápida substituição de prioridades têm sido para ele o desafio do setor imobiliário. Investindo pesado na divulgação online, desde QR Code direcionados às redes sociais, site e aplicativo da imobiliária, até anúncios em portais de oferta de imóveis. Em 2020, a Itaigara Imóveis cresceu 27%, e a projeção é crescer o mesmo em 2021.

“Contudo, ainda é temerário efetuar transações apenas por aplicativo ou plataforma digital. Eles são um complemento. Muitos são os casos de golpes ou negócios desfeitos em razão de erros de entendimento, dolo e por não existirem ainda leis específicas que contemplem a reparação desses danos, dificultando inclusive a mensuração desses prejuízos. Por isso é preciso ter cuidado nessas escolhas, procure uma imobiliária ou corretor de imóveis que tenham registro junto ao Creci e que exista fisicamente para que possa resolver questões”, aconselha Galeno.

Ferramentas em alta

O economista e cofundador da HomeHub – uma plataforma de tecnologia imobiliária –, Fred Judice Araújo conta que entre as tecnologias mais buscadas pelos donos de imobiliárias e clientes estão o tour virtual, fotos e vídeos profissionais para anunciar os móveis, assinatura eletrônica de contrato e tudo que se refere a automatização de processos. Como a automatização de pesquisa jurídica prévia, de sugestão de imóveis de acordo com as características que o comprador busca e de avaliação do imóvel.

Porém usar apenas a tecnologia não é a resposta para o mercado imobiliário do futuro. É preciso entender que existem dois perfis no mercado: primeiro a imobiliária tradicional, que está sempre voltada para o lado físico, onde todo o processo acontece de maneira analógica, sem utilizar certas tecnologias. Mas também existem as corretoras totalmente digitais, em que toda a jornada do cliente acontece de forma online, com vídeos, propostas, negociações e contratos digitais, com pouco ou nenhum contato com a figura do corretor. E, entendendo esses perfis, o caminho é unir os dois.

“A HomeHub foi lançada em 2020 e nela procuramos trabalhar em um formato que chamamos de ‘figital’, onde unimos o melhor desses dois aspectos de uma imobiliária. Por isso, apostamos em uma junção do físico com o digital em um ambiente online muito dedicado à experiência completa do cliente por meio de visitas remotas guiadas, tour digital, pesquisa jurídica prévia, ofertas de créditos na nossa plataforma HomeHub Fin, entre outros serviços”, explica.

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